Voltou finalmente ao ninho
depois de mais um dia voando
voltou, porque só aprendeu esse caminho
Ele foi como um refúgio, uma fortaleza
Mas se tornou pequeno e inviável
Um ninho é seguro, mas tem validade
Implacável, o tempo se encarrega de desfazê-lo
A chuva e o sol desfazem suas fibras
De aconchegante e seguro se torna perigoso
Ficar nele já mudou o sentido.
Há pássaros que percebem o perigo
Voam para longe e refazem suas vidas
Outros persistem correndo o risco
Um vento qualquer o derruba
Um vento fraco, nem precisa de tufão
O relutante agarrado ao ninho
vê-se caído em meio aos farrapos
Só as lembranças restaram vivas.
Aquele ninho teve seu prazo.
Abrigou e protegeu, mas não resistiu.
Porque seus moradores não o manuteniram
Apenas ficaram esperando o fim.
Quietinhos, lado a lado, mas longe.
Nunca reconstruíram, porque era impossível.
Só esperaram cair.
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