sexta-feira, 26 de março de 2010

Ninho desfeito

Voltou finalmente ao ninho
depois de mais um dia voando
voltou, porque só aprendeu esse caminho
Ele foi como um refúgio, uma fortaleza
Mas se tornou pequeno e inviável

Um ninho é seguro, mas tem validade
Implacável, o tempo se encarrega de desfazê-lo
A chuva e o sol desfazem suas fibras
De aconchegante e seguro se torna perigoso
Ficar nele já mudou o sentido.

Há pássaros que percebem o perigo
Voam para longe e refazem suas vidas
Outros persistem correndo o risco
Um vento qualquer o derruba
Um vento fraco, nem precisa de tufão

O relutante agarrado ao ninho
vê-se caído em meio aos farrapos
Só as lembranças restaram vivas.
Aquele ninho teve seu prazo.
Abrigou e protegeu, mas não resistiu.
Porque seus moradores não o manuteniram
Apenas ficaram esperando o fim.
Quietinhos, lado a lado, mas longe.
Nunca reconstruíram, porque era impossível.
Só esperaram cair.

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