sexta-feira, 12 de março de 2010

Depois que a porta se fecha

Lavo-me ansiosa por ter-me dado a um cafajeste. Ele apenas me usou por um momento, pagou as contas e foi embora. Pegou suas coisas e voltou para casa.

Todo dia vejo vários cafajestes. Todos os dias os vejo em minha cama. Todos contam histórias sempre iguais de uma vida conjugal enfadonha

O que seria deles se não houvesse um escape? O que seria de seus casamentos se não fosse minha cama? É lá que realizam tudo o que nunca têm em casa. Tem alguns que já conheço por nome e sobrenome.

Profissionalismo, satisfação: ou o seu dinheiro de volta! Sem envolvimento sentimental, ou pelo menos era o que se pretendia. Mas as coisas mudam, e de repente, olham-se diferente algum dia. Sussuram ao ouvido frases que enganam até os corações mais experientes e incrédulos.

Lavo-me dos falsos sonhos, limpo-me dos enganos. Enxáguo minha mente, porque não compensa tentar entendê-los. Deve ser por medo, covardia, conveniência. Dizem-se homens e até batem no peito, mas nunca são homens de verdade.

Ser homem é difícil hoje em dia. Vejo vários ratos com dinheiro. Vejo outros sapos repugnantes. Vejo todo tipo de animais... topeiras, asnos, canta-galos, abutres, corvos, (...), enfim: homens. Mas ao final saem todos satisfeitos, saem calmos de lá, leves. Saem para mostrar a vida que não têm. Para sobreviverem do fato de não serem competentes para terem um relacionamento digno.

E você se espanta por eu ter essa consciência? Meretrizes pensam, sonham, analisam, vivem. E às vezes exigem. Pergunta então porque eles fazem tudo isso ? hummm ... Porque são mais baratas que psicólogos?!!

Lavo-me ansiosa, mas não é porque tenho outro horario marcado. É porque um cafajeste deixou meu leito, e ainda está quente. E voltou para a sua vida de falsidades... Pobre coitado!

A profissão não é das melhores, mas existem aquelas que atendem vip's. Sou mulher de princípios! e um deles é sempre livrar-me de qualquer resquício daqueles que não valem nem mesmo a roupa que vestem. Chegam em casa, atuam num palco como dignos e moralistas. Reprimem as atitudes alheias, chamam a atenção do menino que na escola pegou nas nádegas da colega e fora advertido, mas se riem por dentro. E proibem a menina de usar roupas curtas e de namorar no carro... Medo de que? Delas gostarem de fazer aquilo que eles também gostam. Brigam com as mulheres, aquelas inúteis de cama e de casa. Repreendem-nas porque gastaram dinheiro com futilidades de beleza... mas se esquecem de terem gastado seu dinheiro com as futilidades masculinas. Com o prazer comprado. Como são infelizes e vivem uma vida patética ao lado de quem apenas querem distância...

Lavo-me, para deles não restar nenhum cheiro.
São repugnantes! Mas tenho que sorrir quando voltarem
Faz parte do teatro.
São os ossos do ofício.
Pathétiques!!!!

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