quinta-feira, 27 de maio de 2010

Grão de areia

Sentado no breu da noite
sob escuro que recobre a visão
sob as horas que impiedosas se vão
Trazendo consigo um silêncio sepulcral

Ali vejo a vida passar como um filme
Onde sou o ator principal
Mas o estranho é que vejo a mim mesmo
Ou aquilo que sobrou do normal

Fecho os olhos e vejo risadas
Escuto meu corpo bailando no ar
Os sentidos estão todos confusos
Caiu tudo. Folhas secas no chão.

Quero voltar a sorrir como antes
Quero rodopiar sem pensar em parar
Ao deitar ter um sono divino
E levantar sem ter nada a pagar

Quero aquela tranquilidade eterna
E o poder de ser quem eu quero
De não mais figurar como etéreo
diante dos outros quem não sou.

O que sou? sou eu mesmo...
Sem precisar fingir pra viver
Sem precisar mentir pra ganhar
Sem precisar me vender para ter

Sem amofinamento no ser: sou no fundo a verdade
Um grão de areia na praia a singrar
Insuficiente para reter o oceano
Mas em minha pequenês me levanto
e me lanço vorazmente nas águas do mar!

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