Sempre é tempo de repensarmos nossa condição humana e termos o discernimento de saber separar tudo o que nos edifica e constrói daquilo que só é casca e aparência. Somos belos não porque os outros assim nos dizem através de palavras e elogios. As palavras fluem com muita facilidade e pouca credibilidade quanto sua verdade. Somos belos porque nos fazemos belos, porque nossos atos nos dignificam, porque são corretos diante de nós mesmos e dos outros.
Não somos competentes porque os outros assim conclamam, mas porque temos o domínio da nossa vida, livre de qualquer interferência externa e das fracas sensações de tranquilidade que as circunstâncias permitem e aparentam. Somos competentes quando sabemos usar as ferramentas da verdade e do amor que nos foi dada pela misericórdia divina ao nosso serviço e a serviço dos outros, procurando sermos o mais transparente e verdadeiro possível para com o próximo. Só assim somos competentes no amor, porque a verdade pode ser uma espada afiada a ferir fundo, mas as chagas causadas por ela curam mais rapida e brandamente que a ferida de uma inverdade bem contada e reafirmada.
Repensarmos nossas atitudes quanto à vida que nos foi dada e a chance de sermos autênticos nesse mundo é a chave para nos sentirmos plenos e mais próximos de Deus... Essa vida é um aprendizado constante, momento de treinarmos ser justos e verdadeiros perante a eternidade que temos pela frente. Um "eu te amo" sem a profunda essência da autenticidade é uma ponta de ferrugem que corrói tudo que nos cerca, e transforma em sucata toda a vida material que conquistamos nesse mundo. Estamos aqui de passagem, nem a comodidade nem a mais profundo bem estar físico será capaz de suscitar em nosso interior a tranquilidade espiritual do mundo extrafísico. Ser grato ao amor de Deus e à vida é sermos gratos com nós mesmos e traçarmos o firme propósito de vivermos sem nos enganar e sem nos deixar levar pelo que as coisas aparentam.
A glória, a brandura da tranquilidade e a felicidade em plenitude só é alcançada por aqueles que enxergam com os olhos do coração e escutam a voz que no nosso interior grita. Cada Ser traz dentro de si o germen da integridade do espírito e do amor universal que está a todo momento nos alfinetando quando fazemos o mal a nós e aos outros, mesmo que esse mal não seja perceptível aos olhos alheios. Exercer a divindade em nós é agir com atitudes de amor ao próximo, mesmo que este exercício seja dizermos que não os amamos.
Neste sentido, Quem sou eu? e quem é você?
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